UTFPR não paga diária para servidores reunidos em Curitiba

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Onze coordenadores da CIS dos campi do interior do Estado estão em Curitiba para uma reunião regular, mas sem diárias.

Os coordenadores da Comissão Interna de Supervisão (CIS) de 11 campi da UTFPR do interior do Paraná estão reunidos em Curitiba para um encontro semestral. Eles viajaram sem diárias e sem previsão para o reembolso dos gastos com passagens de ônibus. Os servidores foram informados do fato na segunda-feira, 26, quando já estavam na capital, pela diretora de Gestão de Pessoas da universidade, Adelaide Strapasson.

A CIS é um órgão vinculado à reitoria da UTFPR. Criado em 2005, como uma reivindicação da greve daquele ano, é formado por servidores técnico-administrativos eleitos pela base para um mandato de três anos. Entre suas atribuições, estão a de acompanhar a implantação do plano de carreira dos técnicos e funcionar como uma espécie de órgão de apoio da reitoria, para sanar eventuais dúvidas sobre o processo.

Mesmo assim, a viagem deles a Curitiba não foi financiada pela instituição. Sem o dinheiro e sem previsão para o ressarcimento, alguns precisaram improvisar e pernoitar de segunda para terça-feira, 27, na casa de colegas. “Eu fiquei na casa de um amigo porque não tenho condições financeiras de pagar um hotel”, reclama Weslei Trevizan Amâncio, da UTFPR Londrina. A UTFPR tem 12 campi espalhados pelo interior do Estado. O mais distante é Toledo, a 540 quilômetros da capital. “Estamos pagando para trabalhar”, protesta outra servidora, Cláudia Nardin, da UTFPR Dois Vizinhos. Ela gastou R$ 180 apenas com o aluguel de um quarto de hotel.

Outra servidora do interior, que prefere não se identificar, estima que vai empregar cerca de R$ 400, incluindo passagens, estadia e alimentação em Curitiba. “Eu precisei pegar dinheiro emprestado com a minha mãe”, conta. Ela também reclama do fato de não ter sido informada ainda em sua cidade sobre esse contingenciamento. “Ninguém disse nada. Soubemos ontem [segunda-feira], quase por acaso. Disseram que não sabem quando vai ser pago, simplesmente isso.”

O Sinditest-PR tentou entrar em contato com a reitoria da UTFPR, para descobrir a justificativa da entidade para a falta de diárias e também se há alguma previsão para o ressarcimento. Primeiro com a Diretoria de Gestão de Pessoas, depois com o gabinete do reitor e por fim com a Pró-Reitoria de Planejamento e Administração (Proplad). Nesta última, o responsável alegou não estar ciente da situação.

Escanteada
Os servidores ainda reclamam do fato de que a CIS estaria sendo considerada apenas como um “acessório” pela atual gestão. “Quando se trata de tratar igual, eles não tratam. A CIS é bem vista apenas onde os integrantes não têm ligação com o movimento sindical”, diz Weslei Amâncio Trevizan.

Cláudia Nardin concorda: “Não se dá a devida importância para a Comissão. Somos deixados de fora de questões como a avaliação de desempenho dos servidores. Enquanto não havia ninguém do sindicato, tudo ia bem. Agora que há pessoas que cobram, não tem mais nem dinheiro. De alguma forma, a Comissão está sendo limada”.

Em abril, a CIS solicitou à reitoria financiamento para a participação de um servidor de cada campus em eventos regionais e nacionais que debatem a carreira dos técnicos administrativos. O pedido foi negado em um memorando: “Informamos que a UTFPR passa por contingenciamento em seu orçamento, conforme amplamente divulgado pelo Ministério da Educação, e que não possui condições de patrocinar um servidor por campus em eventos regionais e nacionais da CIS”, diz o texto.

“Mas a CIS uma obrigação da gestão, instituída por lei. Não é uma negociação, é um imperativo”, rebate Carlos Pegurski, servidor da UTFPR Curitiba.

Sandoval Matheus,
Assessoria de Comunicação do Sinditest-PR.

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