Trabalhadores fazem ato em frente à Funpar, mas não são recebidos

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Os trabalhadores Funpar/HC, em greve há mais de uma semana, fizeram na manhã desta quarta, 15, uma manifestação em frente à sede da Fundação da Universidade Federal do  Paraná, na Rua João Negrão, centro de Curitiba. Os grevistas queriam ser recebidos pelo superintendente da Funpar, Luiz Rogério Farias, a fim de retomar as negociações de reajuste salarial, que motivaram a paralisação. Eles se mantiveram por mais de uma hora em frente ao prédio, mas não foram admitidos. Na recepção, a justificativa dada pela Fundação foi a de que ninguém da diretoria estava no local.

No momento, os grevistas demandam um reajuste salarial de 12,06%, proposta elaborada após uma primeira audiência na Justiça do Trabalho. O índice está bem abaixo da reivindicação inicial, que era de 20,16%. A Fundação da UFPR, no entanto, oferece apenas 5,2%, valor que mal cobre metade da inflação acumulada no último ano.

A concentração para o ato começou às 9 horas da manhã, em frente ao Hospital de Clínicas. Dali, os trabalhadores saíram em passeata até a sede da Funpar, fechando pistas de algumas vias do centro. Na esquina das ruas General Carneiro e XV de Novembro, onde se localiza a reitoria da UFPR, os manifestantes fizeram uma parada. “Eu pergunto ao senhor reitor Zaki Akel: o senhor viveria com um salário de R$ 1,2 mil? Isso não é salário, é fome”, indagou ao microfone Olivardo Acarini, funcionário do HC.

Segundo cálculos do Sinditest-PR, atualmente cerca de 60% dos trabalhadores da Funpar que atuam no Hospital de Clínicas recebem menos de dois salários mínimos por mês. Eles têm em média 25 anos de casa.

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Em frente à sede da Fundação, o coordenador-geral do Sinditest-PR José Carlos de Assis criticou a atual gestão da entidade. “É um verdadeiro poço sem fundo para receber dinheiro da Universidade, mas na hora de dar reajuste aos seus funcionários, oferece 5,2%”, condenou. “Já a Ebserh, que hoje gerencia o HC, é um cabide de empregos. Tem médico que ganha R$ 28 mil pra ficar em uma salinha, enquanto quem faz o hospital funcionar recebe uma miséria.”

Carmen Luiza Moreira, trabalhadora Funpar/HC e também coordenadora-geral do Sinditest-PR, lembrou os maus-tratos que a categoria recebe da Fundação. “Em 24 anos, eu nunca tinha participado de uma atividade na frente da Funpar. Estou muito feliz. É daqui que saem os nossos contracheques, é aqui que nos dão respostas mal-educadas, é aqui que tratam a gente mal”, apontou. “Quando a gente pergunta ao pessoal desse prédio quando vão sair nossos salários, eles dizem: um dia sai. Pois bem. Saiu a greve, a Funpar/HC saiu pra rua.”

Uma nova manifestação, semelhante à de hoje, está programada para a manhã da próxima sexta-feira, 17.

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