Tomasich: ambulatório dos funcionários vai deixar de ter especialidades

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Uma alternativa ao atual impasse seria a de que os funcionários do HC passassem a ser atendidos pelo Sistema Casa.

Uma alternativa ao atual impasse seria a de que os funcionários do HC passassem a ser atendidos pelo Sistema Casa.

Após ser realocado, o que deve acontecer no final de maio, o ambulatório dos funcionários do Hospital de Clínicas deve deixar de atender a especialidades. A informação foi confirmada na tarde de terça-feira, 26, pelo superintendente do HC, Flávio Tomasich, durante reunião com a diretoria do Sinditest-PR. Ele alega pressão de órgãos reguladores externos.

Atualmente funcionando na Rua Padre Camargo, 330, o ambulatório deve ser deslocado dentro de um mês, mas a administração ainda não tem um local definido. A partir de então, passará a atender apenas a clínica médica. Os casos que exijam maior atenção serão encaminhados à fila do Sistema Único de Saúde (SUS).

Hoje, o ambulatório conta com especialistas como ortopedista, pediatra, psicóloga e, até recentemente, ginecologista.

A mudança de local e boatos sobre a perda das especialidades vinham causando apreensão entre os funcionários do hospital. A coordenadora-geral do Sinditest-PR Carmen Luiza Moreira questionou diretamente o superintendente do HC sobre isso: “Nós vamos continuar tendo as especialidades no novo ambulatório”. A resposta foi breve e definitiva: “Não”.

A justificativa foi dada pelo gerente de Atenção à Saúde, Adonis Nars. “É como se fosse uma porta privada dentro do hospital. Quando as especialidades do ambulatório exigem exames, é como se fosse uma maneira de burlar a fila do SUS, já que os funcionários acabam atendidos primeiro.”

Jaqueline Balthazar Silva, diretora de Saúde do Trabalhador do Sinditest-PR, contra-argumentou, afirmando que os servidores não pretendem ferir a “equidade” do Sistema. Uma alternativa ao atual impasse seria a de que os funcionários do HC passassem a ser atendidos pelo Sistema Casa, que hoje presta serviços de especialidades médicas ao restante da comunidade universitária da UFPR. No entanto, esse atendimento vem sendo sistematicamente negado por esse Sistema os servidores do hospital.

Flávio Tomasich comprometeu-se na reunião a reunir-se com o reitor Zaki Akel Sobrinho e apresentar o problema. Em outra frente, o Sinditest-PR também enviará um ofício à reitoria solicitando uma reunião a fim de solucionar o problema.

Caos na lavanderia

Dos três mil quilos de roupas limpas diários necessários para o funcionamento adequado do HC, o hospital recebeu na terça-feira, 26, apenas 190, pouco mais de 6% do que seria preciso. A informação foi admitida pela própria direção do hospital ao Sinditest-PR.

Na terça-feira, 26, as prateleiras da lavanderia do HC, que organiza o material entregue pela empresa terceirizada, estavam praticamente vazias.

Na terça-feira, 26, as prateleiras da lavanderia do HC, que organiza o material entregue pela empresa terceirizada, estavam praticamente vazias.

Durante o dia, entre os servidores corriam relatos de pacientes que, por falta de rouparia limpa, estavam há horas envoltos em urina e fezes.

O caso não é isolado. Desde que os serviços de lavanderia foram terceirizados para a Lavanderia Biolav, de Almirante Tamandaré, as reclamações têm sido frequentes e vão desde roupas entregues em quantidades insuficientes até negligência na higienização das peças (há relatos de unidades que voltaram da lavanderia ainda manchadas, possivelmente de sangue).

No caso de ontem, quando a entrega foi drasticamente insuficiente, a direção alegou que houve uma queda de energia na Lavanderia Biolav, o que prejudicou ainda mais o serviço prestado. “Mas como uma empresa que sequer tem um gerador vence uma licitação?”, questionou Carmen Luiza Moreira, coordenadora-geral do Sinditest-PR.

De acordo com Mônica Evelise Silveira, da Divisão de Logística e Infraestrutura Hospitalar, a terceirização aconteceu por conta das péssimas condições em que se encontrava a maquinaria quando o serviço era feito dentro do hospital. Segundo ela, a intenção foi preservar os trabalhadores. “Nós tivemos que fazer a licitação o mais rápido possível. Nas condições em que estava a lavanderia do HC, logo alguém iria morrer”, defendeu.

Mônica afirma que a Biolav já está tomando providência para adquirir um gerador de energia.

Sandoval Matheus,
Assessoria de Comunicação do Sinditest-PR.

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