Especialistas reforçam perigos do Programa Future-se em debate na UTFPR

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As três categorias (técnicos, estudantes e docentes) que compõem a comunidade da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) se reuniram no miniauditório da sede Centro do campus Curitiba, nesta terça-feira (24), para debater sobre o Programa Future-se, proposta do Governo Bolsonaro que ameaça o caráter público das universidades.

A atividade foi organizada pelo Sinditest-PR, pelo DCE-UTFPE e pelo SINDUTFPR.

Os TAEs da UTFPR já se posicionaram contrários ao programa em assembleia realizada no dia 8 de agosto.

Uma assembleia conjunta deverá ser marcada na próxima semana para toda a comunidade universitária.

Segundo a coordenadora geral do Sinditest-PR Claudia Nardin “esses espaços de discussão são importantes para que a comunidade debata um projeto que impacta diretamente a todos”.

Dois especialistas expuseram diferentes pontos de análise sobre os perigos que o Future-se representa.

Especialistas aquecem debate

Sob a perspectiva da história da economia política, o professor Marcelo Marcelino, especialista em Sociologia Política, lembrou dos ataques neoliberalistas contra o Brasil desde a inserção do Plano Real, de 1994, e do Consenso de Washington. Ele citou as diferentes estratégias de favorecimento ao rentismo (forma de ganhar dinheiro com juros financeiros) sofridas no país, como medidas de ajustes fiscais, aumento de juros, redução de gastos sociais entre outros. Medidas que, sob a justificativa de controlar a inflação, deixaram o Brasil em uma posição de dependência das nações de comportamento tipicamente imperialista.

O presidente do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies), Fernando Peregrino, focou sua abordagem na importância dos investimentos em Educação, Ciência e Tecnologia para o país e como o programa Future-se implica nisso. Ao contrário do que afirma o Governo Bolsonaro, Peregrino apresentou uma série de dados que confirmam que as pesquisas científicas de ponta, produzidas no país, são quase em sua totalidade realizadas em universidades públicas.

Além disso, o baixo investimento em porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB, que é a riqueza gerada no país) destinada à pesquisa e desenvolvimento reflete diretamente em um atraso no desenvolvimento da indústria nacional. A desindustrialização é uma das formas de manter a economia local dependente do capital estrangeiro, como reforçou Marcelino em seu painel.

O presidente do Confies afirmou ainda que o Future-se piora esse quadro, pois tira a autonomia das universidades para guiar esse investimento, e questionou: “como a iniciativa privada vai querer investir em um lugar que o próprio governo ´assume´ como improdutivo?”

 

Fonte: Sinditest-PR

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