Dilma reajusta aposentadorias em apenas 6,23%, abaixo da inflação oficial

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O governo Dilma Rousseff (PT) decidiu reajustar em míseros 6,23% as aposentadorias e pensões dos beneficiários que ganham acima de um salário mínimo. Se não bastasse fazer aposentados e pensionistas do INSS amargarem mais um ano sem aumento real, o índice, publicado nesta segunda-feira (12) no Diário Oficial, é inferior à própria inflação oficial do país.

Os benefícios de quase 10 milhões de pessoas no país terão reajuste de apenas 6,23%, de acordo com o acumulado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano passado. O INPC ficou 0,18 ponto percentual abaixo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), inflação oficial brasileira, medido em 6,41% no mesmo período.

Este é o segundo ano consecutivo que o governo Dilma dá a aposentados e pensionistas um reajuste inferior à inflação.


Levantamento da Cobap (Confederação Brasileira dos Aposentados, Pensionistas e Idosos) aponta que a decisão do Planalto fará com que cerca de 600 mil aposentados em todo o país passem a receber apenas um salário mínimo.

Para o presidente da Admap, Lauro da Silva, este achatamento nos benefícios de aposentados e pensionistas é uma “medida cruel de um governo preocupado apenas com os empresários e banqueiros”.

“Sentimos uma revolta muito grande, porque as perdas em nossos benefícios já ultrapassam os 80% em relação ao salário mínimo. Do jeito que está, fica cada vez mais difícil ir ao supermercado ou cuidar da saúde. É um crime o que está fazendo este governo, comandado por um partido que se diz dos trabalhadores”, afirma Lauro.

Série de ataques

O reajuste com “aumento real zero” a aposentados e pensionistas que recebem acima do piso previdenciário é apenas um entre os vários ataques promovidos recentemente pelo governo reeleito de Dilma Rousseff.

Nos últimos dias de 2014, a equipe da presidente anunciou uma série de ataques contra direitos, como a redução do acesso dos trabalhadores ao seguro-desemprego e auxílio-doença e o corte de até 50% nas pensões por morte garantidas às mulheres.

O “pacote de maldades” ainda inclui aumento de impostos e um profundo corte nos investimentos públicos. Apenas para se ter uma ideia, somente a pasta de Educação, mencionada como “prioridade” do novo mandato de Dilma, sofrerá um corte na ordem de R$ 7 bilhões em 2015.

Além disso, o governo do PT tem “lavado aos mãos” a onda de demissões que atingem trabalhadores de empresas fabricantes de automóveis. Depois de receberem muitos bilhões do governo em incentivos fiscais, os empresários querem fazer que os metalúrgicos paguem a conta sozinhos. Na região do ABC paulista, cerca de mil demissões já foram feitas e os trabalhadores lutam para revertê-las.

“Mais do que nunca, é hora de unidade. Nós, aposentados e pensionistas, precisamos nos unir com os trabalhadores da ativa para barrar a série de ataques promovida pelo governo federal. O caminho é tomar as ruas, denunciar este governo, seu ministério formado por patrões, banqueiros e latifundiários e exigir mudanças imediatamente”, acrescentou Lauro da Silva.

Uma das próximas atividades será o protesto no Dia Nacional do Aposentado, celebrado dia 25 de janeiro, em Aparecida (SP).

Fonte: Voz do Aposentado

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