Assembleia geral aprova calendário de lutas com indicativo de greve para março

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Técnicas e técnicos da base do Sinditest-PR participaram ontem (27) da primeira assembleia geral da categoria. A reunião, realizada virtualmente pela plataforma Zoom, contou participações especiais: Toninho Alves, da coordenação geral da Fasubra, conduziu o debate sobre o calendário nacional de lutas, e Emanuel Maltempi de Souza, professor presidente da Comissão de Especialistas da UFPR, elucidou dúvidas a respeito da variante Ômicron e os rumos da pandemia do SarsCov2.

Além destes temas, foram pautados durante o encontro outros assuntos urgentes, como o retorno presencial nas instituições, a campanha salarial, a deflagração da greve unificada do funcionalismo federal, bem como informes sobre a situação das resoluções de teletrabalho nas Universidades.

“Começamos 2022 mobilizados, organizados e prontos para a luta. Foi uma assembleia grande, com quase 200 inscrições. Para o mês de janeiro, essa presença massiva nos surpreendeu positivamente e significa que os TAEs estão interessados naquilo que os afeta”, afirma Mariane Siqueira, coordenadora geral do Sindicato.

Confira abaixo os principais encaminhamentos da Assembleia:

Calendário de lutas e indicativo de greve unificada do funcionalismo

Primeiro ponto de pauta, a adesão do Sinditest-PR ao calendário nacional de lutas da Fasubra/FONASEFE, que prevê, entre outras ações, mobilizações no mês de fevereiro e deflagração de greve nacional unificada dos SPFs no dia 09 de março, foi aprovada por ampla maioria – 95% da assembleia disse sim à proposta apresentada pelo coordenador da Federação, Toninho Alves. Nenhum voto contrário foi registrado e a abstenção ficou em 5%.

“No ano passado fizemos uma batalha em Brasília de 14 semanas, fazendo enfrentamento com parlamentares, ações nos aeroportos e orientando as entidades a fazerem o mesmo em seus estados. Essa ação nos proporcionou uma vitória pontual contra a PEC 32. No entanto, ainda não a derrotamos por completo e ela ainda pode retornar à mesa para votação ou pra fazer parte de qualquer pacote de maldades desse presidente da república. Temos que comemorar sim, mas devemos também ficar alerta. Além disso, o governo, ao conceder reajuste a apenas uma categoria, para as forças de segurança, despertou no campo dos servidores públicos federais uma reação, um processo de mobilização”, explicou Toninho.

Segundo ele, diante do cenário, a Fasubra deu início à discussão de um calendário de lutas que aborda a necessidade de construção de uma greve unificada para o setor, com indicativo de mobilização para fevereiro. “Entendendo a dificuldade de algumas entidades, o calendário foi construindo prevendo mobilização para fevereiro e indicativo de greve para março.  Teremos vários atos e mobilizações para que possamos deflagar a nossa greve em março, que será discutida na plenária que acontecerá no começo do mês. Será uma greve rápida e organizada em busca de reajustes”, ressaltou.

Para Marcello Locatelli, coordenador jurídico do nosso Sindicato, novas estratégias deverão ser implementadas nesta greve, a primeira realizada prioritariamente a distância. “Vai ser uma luta muito mais dura, por isso é importante que ela seja unificada e organizada. Vamos fazer uma greve em um outro cenário, de pandemia, de trabalho remoto em muitas universidades, portanto vamos ter que saber fazer, mobilizar a partir disso, porque greve também é greve durante o trabalho remoto”.

As estratégias de mobilização serão discutidas permanentemente, em assembleias futuras, com a categoria.

Enfrentamento à Covid-19

A convite da direção sindical e no intuito de dirimir as principais dúvidas das técnicas e dos técnicos sobre a variante Ômicron, Emanuel Maltempi de Souza, professor presidente da Comissão de Especialistas da UFPR, apresentou aos participantes dados novos e trouxe o ponto de vista técnico a essa discussão.

“O problema que a gente vive hoje é a variante Ômicron, que tem uma transmissibilidade excessivamente alta. Tenho ouvido médicos e cientistas dizendo que talvez seja o vírus com mais transmissibilidade que a humanidade já conheceu. Por isso que nós vivemos essa onda imensa de Covid nesse momento. E considerando essa capacidade de transmissão, sou cético, nesse momento, se nós conseguiríamos como sociedade barrar ou ter evitado essa onda. Para mim, ela seria absolutamente inevitável, mesmo se tivéssemos feito um lockdown assim que ela surgiu, porque ela já estava no Brasil em dezembro e a gente não sabia. Aí vieram as festas, com todas as aglomerações, que ajudaram a disseminação. Alguns programas que preveem o comportamento da Covid indicam que mais da metade da população brasileira vai ter Ômicron num espaço de aproximadamente um mês e meio, dois meses. Ou seja, de janeiro a fevereiro. Então é uma quantidade muito grande de infecção de uma forma muito rápida”, alertou o professor.

Segundo Maltempi, as infecções provocadas por essa variante, de forma geral, são mais leves em decorrência da vacinação.

“Duas doses da vacina, para a Ômicron, tem uma eficácia de aproximadamente 30%. Porém a eficácia para evitar internação e morte é de aproximadamente 70%. É uma doença que a vacina tem segurado. Por isso enfatizo a necessidade de vacinação, com a terceira dose a proteção contra a Ômicron volta para a casa dos 90%”, destacou.

Para a assembleia, o especialista afirmou que a capacidade de testagem brasileira entrou em colapso e que, portanto, não é possível precisar o número de casos, que em sua opinião deve estar, agora, em sua taxa mais alta.

“A principal discussão na comissão de acompanhamento é quando vai ser o pico. O dado que nós olhamos hoje é internacional. Estamos observando os dados com cuidado, mas quando a gente olha a taxa de internação, a curva, ela não é nem de longe a taxa de crescimento de casos ativos ou do número de casos. O pico de internações e de mortes está previsto para daqui duas semanas.  O acompanhamento nos próximos dias é fundamental”.

Retorno ao trabalho presencial

Diante dos dados e da contextualização apresentada pelo professor Emanuel, técnicas e técnicos aprovaram, sem nenhum voto contrário, a proposta de levar até a gestão das Universidades da base o posicionamento deliberado pela assembleia, de retornar ou manter o trabalho remoto administrativo durante o período em que perdurarem as aulas remotas em decorrência da crise da Ômicron.

 “Vamos argumentar que já que as aulas estão remotas, o trabalho administrativo também deve ser remoto nas três instituições. A nossa argumentação vai ser a mesma que a comissão central está considerando: aumento da transmissão e falta de testes. Vamos sugerir que, com base nos dados, as instituições retrocedam nas fases”, explica a coordenadora Mariane.

O Sinditest-PR acompanha de perto a questão.

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Autor

Assessoria de Comunicação do Sinditest-PR

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