É hora de radicalizar a greve, dizem servidores

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Ato de rua: servidores denunciam a crise nas universidades.

Domingo, 30, na reunião de negociação com o governo, o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais rechaçou a proposta de 21,3% oferecido pelo governo a serem pagos até 2020. “Além de dizer que nós não aceitamos esse índice, nós temos que radicalizar nossa greve, se tem um momento pra entrar na greve é agora”, avisou Carla Cobalchini na assembleia de hoje.

Segundo José Carlos Assis, da direção do Sinditest e da FASUBRA, o governo estancou a negociação de reposição salarial em 5 ou 5,5% ao ano, limitando-se apenas a tratar se o pagamento ocorrerá em dois ou em quatro anos. Em conjunto, os servidores afirmam que a proposta do governo é propositadamente nociva: não cobre o índice da inflação, o que aprofunda ainda mais a corrosão salarial – que já se estende de anos anteriores, e pretende solapar as lutas durante o período que for firmado o acordo.

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José Carlos: 21,3% em quarto anos é o pior cenário.

“Vale a pena ficar mais 10 dias em greve pela mesma proposta?”, emendou o servidor Bernardo Pilotto. Isso porque em mais um sinal de intransigência, o governo definiu que dia 13 de setembro será a data limite para as negociações. Os grevistas preparam para os próximos dias atividades de radicalização da greve. “Vale a pena dar um gás agora para emparedar o governo e conseguir uma proposta melhor, se não vamos ter que aceitar o que está posto”.

A servidora Jaqueline Balthazar Silva, recém-chegada do Comando Nacional de Greve, lembrou que o governo só chamou para a última mesa de negociação por conta da pressão realizada pela caravana à Brasília no dia 27 de agosto. “Eles estavam esperando pelo fim da greve, que estaríamos mais fracos. Pelo contrário, estamos mais fortes. Vão aos locais de trabalho, conversem com os colegas que não entraram na greve, estamos num momento muito decisivo e isso vai fazer a diferença”.

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Segundo Jaqueline, o bloco governista tentou boicotar a Marcha no dia 27 de agosto.

“É ou não é piada de salão, tem dinheiro pra banqueiro mas não tem pra educação”

Após a assembleia os servidores fizeram um ato de rua, trancando o trânsito na rua Amintas de Barros, paralela ao Pátio da UFPR. Palavras de ordem, faixas, cartazes e um carro de som ajudaram a passar o recado para a população sobre os motivos da greve. “A meta do governo é garantir o lucro dos bancos e dos empresários, hoje tem mais alunos no ensino superior privado do que nas universidades públicas”, denunciou José Carlos.

O grupo parou a rua por cerca de uma hora. As mobilizações de rua serão intensificadas até o final das trativas com o governo e com as reitorias.  Com a assembleia comunitária de greve amanhã, 02, os servidores anunciaram que farão novo ato.

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Nesta semana a greve completa 100 dias.

Ocupação estudantil

Os servidores em greve aprovaram uma moção de apoio aos estudantes, que nesse momento ocupam a reitoria da UFPR, exigindo negociação de suas pautas. “Nós só sairemos com o a negociação imediata de pelo menos cinco itens de pauta”, garantiu a estudante Bruna Ornelas, da ANEL. Dentre as principais reinvindicações está a suspensão do calendário acadêmico, a abertura de contas da UFPR, reversão do corte de bolsas e auxílios e a não criminalização dos estudantes.

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A reitoria foi ocupada na tarde de ontem, 31.

Descredenciamento: mensalidades podem ser pagas diretamente na secretaria financeira

Mesmo com a reversão judicial referente o descredenciamento do Sinditest junto ao sistema de recolhimento de mensalidade dos filiados no MPOG, a receita do mês de setembro não será recebida pelo sindicato.

Hoje, 01, em assembleia a direção do Sinditest fez um pedido para todos os (as) filiados (as) para realizarem o pagamento diretamente na secretaria financeira da entidade, mediante emissão de boleto e posterior restituição, até que a situação seja resolvida.

Com a suspensão do recebimento das mensalidades de setembro estão prejudicadas, sobretudo, as atividades de greve e os salários dos funcionários do sindicato.

A orientação para todos os campi da UTFPR, UFPR e UNILA é de que o pagamento seja realizado ou diretamente no sindicato (procurar Januza ou Márcia) ou via depósito bancário – nesse caso, enviar o comprovante de depósito para administraçã[email protected] ou [email protected].

O valor a ser pago é o mesmo descontado no mês de julho de 2015.

CAIXA ECONOMICA FEDERAL
AG: 0663-7
OP: 003
CC: 100509-0
CNPJ: 68.700.806/0001-26

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As mensalidades começaram a ser pagar pelos (as) filiados hoje pela manhã.

Adriana Possan
Assessoria de Comunicação do Sinditest

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