UFPR quer suspender negociação das 30 horas até o fim de agosto

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A nova rodada de negociação da pauta local de greve teve momentos de debate aquecido dentro da UFPR. Nesta terça-feira, 04, o pró-reitor de Administração, Edelvino Razzolini Filho, começou a reunião anunciando que a discussão sobre a consolidação das 30 horas dentro da universidade estava suspensa. A justificativa é que o Ministério da Educação teria garantido a reitores de todo o país, durante plenária da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), que irá normatizar a jornada flexibilizada até o fim de agosto. “É uma determinação do próprio reitor Zaki Akel. Não tem o que fazermos. Mudou o contexto”, disse ele.

O comando local de greve, no entanto, não acredita nas boas intenções do Executivo. Segundo o diretor do Sinditest-PR e também da Fasubra, José Carlos Assis, o MEC chegou realmente a acenar com essa possibilidade, mas não oficializou nada por escrito. “A única coisa que recebemos foi um ofício de 45 páginas que não diz nada com nada”, esclareceu. José Carlos esteve em Brasília na semana passada, participando das negociações entre Executivo e servidores públicos federais. “Essa resposta não nos contempla. O governo sabe que se nos enrolar até o fim do mês, vai vencer o prazo para a votação da LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias]. A partir daí, qualquer negociação fica muito mais difícil, e a nossa greve vai terminar na Justiça.”

O comando local de greve voltou a pedir aos representantes da reitoria um relatório com os processos solicitando as 30 horas que estão parados na Secretaria de Órgãos Colegiados (SOC). A ideia inicial era que esses processos pudessem voltar a ser analisados, com o adiamento da implantação do ponto eletrônico na universidade. A certa altura da reunião, Edelvino condicionou isso às reaberturas do RU Central e das bibliotecas da universidade. “Se vocês reabrirem as bibliotecas e o RU, eu convenço pessoalmente o reitor a adiar a implantação do ponto eletrônico até outubro”, disse.

Ao mesmo tempo, a administração acha “infrutífero” discutir isso antes de setembro. Mesmo assim, se comprometeu a apresentar ao menos uma listagem com os processos sobre as 30 horas na próxima reunião.

Comissão fixa de negociação

A reitoria também exigiu, para manter a mesa de negociação, que o comando local de greve eleja uma comissão fixa de representantes, composta por seis membros. Até o momento, o comando tem variado a composição da comissão, incorporando membros eventuais que possam discutir com mais embasamento a pauta específica de cada dia. “Se a comissão na for fixa, vamos suspender a negociação. Nós queremos comissão fixa porque queremos saber quem está do outro lado”, garantiu Edelvino.

“Então coloca isso no papel, nós vamos apresentar em assembleia e se tiver que suspender, nós vamos suspender”, rebateu José Carlos Assis, do Sinditest-PR.

Carla Cobalchini, também da diretoria do Sinditest-PR, defendeu o direito da categoria de escolher quem a representa. “Os termos da negociação não podem ser discutidos unilateralmente por um dos lados”, posicionou.

No decorrer da reunião os ânimos se amenizaram. “Não vamos entender isso como radicalização”, pediu Edelvino. No fim, foi acordado que o movimento grevista poderá montar comissões eventuais para discutir pautas de setores específicos, como por exemplo o Hospital de Clínicas. A proposta de uma comissão fixa para as negociações regulares será levada a assembleia.

Sandoval Matheus,
Assessoria de Comunicação do Sinditest-PR.

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