Trabalhadores da Funpar/HC se sentem traídos em audiência na Justiça do Trabalho

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“Na hora de pedirem voto os trabalhadores da Funpar/HC serviam, mas agora que perderam as eleições já não servem pra nada?” questionaram os trabalhadores no dia da audiência

Foi realizada ontem (12) na sede da Justiça do Trabalho, em Curitiba, audiência conciliatória na ação que trata do caso Funpar/HC,onde o Autor busca a anulação parcial do resultado da eleição sindical para o triênio de 2019/2021, sob o fundamento de ausência de representatividade do SINDITEST em relação aos funcionários da FUNPAR.

Durante a sessão, diretores da atual gestão e assessores jurídicos foram surpreendidos com a notícia de propositura de uma nova ação trabalhista em face do Sindicato, cujo Autor, Elias Cordeiro de Almeida, pleiteia a anulação parcial das eleições para o triênio 2019/2021, considerando – assim como o Autor da primeira ação – Janiel de Oliveira Ferreira – a exclusão dos votos dos trabalhadores da Funpar/HC.

No momento da audiência, houve muita indignação e surpresa quando os trabalhadores viram Antonio Neris, candidato a Coordenador Geral pela chapa 1, acompanhando o advogado de Elias, Luiz Alberto Marin. Outra surpresa, que igualmente trouxe indignação, foi quando os trabalhadores tomaram conhecimento de que um dos advogados de Janiel é o mesmo que apoiou a chapa 3 na contagem (escrutínio) dos votos nas eleições do sindicato no ano passado.

Diferentemente de Elias, que pede a anulação das eleições, Janiel pede que a chapa 3 seja empossada. Ambos partem da exclusão dos votos dos trabalhadores da Funpar/HC para questionar a legitimidade do processo eleitoral.

Curiosamente, todas as chapas envolvidas na disputa pela entidade contam, em suas composições, com funcionários fundacionais. Janiel não vê problema nisso, pois, através de seu advogado, afirmou em audiência que os trabalhadores da Funpar, membros da chapa 3, poderiam ser substituídos pelos suplentes, para que fosse viabilizada a posse imediata.

O juiz, entendendo que há conexão entre os pedidos de ambas as ações, determinou que tramitem juntas já que o resultado de uma vai ser necessariamente vinculado a outra. Ambos os processos tiveram designada audiência de instrução no dia 29 de março, quando então poderão ser ouvidas as partes e testemunhas.

Para a defesa do Sinditest, esta segunda ação traz luz à uma nova discussão jurídica e política, onde a maior prejudicada é a categoria. “Ela também exclui os trabalhadores da Funpar. Tanto o Janiel quanto o Elias entraram com ações contra o Sindicato, não contra a chapa 2. Só tem um jeito do juiz determinar a realização de novas eleições, que é ter o entendimento de que o pessoal da Funpar não poderia ser representado pelo sindicato, portanto, não poderia votar. Para mudar o resultado da eleição tem que excluiros funcionários da Funpar”, explica o advogado Marcelo Trindade de Almeida.

Ele completa: “pela votação está claro que a chapa 2 foi a vencedora democraticamente. Tanto a chapa 1 quanto a chapa 3 têm interesse nesta ação, pois podem ser beneficiadas caso haja uma nova eleição sem os trabalhadores da Funpar”.

Presentes na audiência, os trabalhadores demonstraram indignação com a possibilidade de o Sinditest, após tantos anos, não mais representa-los. “Sempre votamos e entendemos que isso é uma ação democrática. Agora querem desconsiderar nossos votos. Se durante todos esses anos isso não foi questionado, por que agora está sendo?”, indagou uma das filiadas.

Confira o vídeo completo da audiência:

Encaminhamentos

Após a audiência, o coletivo de trabalhadores que participou da audiência deliberou pela intensificação da campanha Funpar/HC é Sinditest e também pela realização de uma nova assembleia, marcada para a próxima quinta-feira, dia 14, a partir das 9h30, no Auditório do 7° Andar, Anexo B – HC.

“É importante que nós, trabalhadores da Funpar que estamos sendo alvo de duas ações, termos a clareza que as pessoas estão por fora tentando atrapalhar o nosso processo. Nós que conhecemos o histórico do sindicato não podemos deixar que nos tirem o direito ao voto. Nós temos que fazer a nossa defesa assim como o Sinditest faz a nossa”, afirmou a trabalhadora da Funpar Rosaninha Silva.

“Na reta final que muitos estão para se aposentar, em fim de carreira, querem tirar até nosso direito de votar”, finalizou Maria Aparecida, a Cida.

Detalhes sobre esta primeira audiência serão discutidos com a base durante a assembleia da categoria.

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