“Temos que estar dispostos a radicalizar a greve”, por Jaqueline Balthazar

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Após integrar por dez dias o Comando Nacional de Greve em Brasília, a servidora Jaqueline Balthazar Silva escreveu um relato de sua experiência. Nesse momento decisivo Jaqueline chama os colegas que ainda não estão na greve para luta: “temos que estar dispostos a radicalizar e mostrar o tamanho que temos”.

ESTAMOS CHEGANDO AOS 100 DIAS DE GREVE

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100 dias SEM NEGOCIAÇÃO, 100 dias SEM RESPEITO, 100 dias SEM a menor preocupação por parte do governo em atender nossas pautas, sem alterar nem um item do que foi proposto e recusado pela categoria.

Estamos num momento crítico da greve, em que nossos companheiros começam a ficar cansados, mas não é o momento de recuar e fraquejar. É exatamente com isso que o governo está contando.

Nossa mobilização na quinta-feira, 27 de agosto, no MPOG serviu para reascender a chama nas bases que já estavam se sentindo desgastadas. O sucesso da caravana deve ser comemorado, mas não se enganem caros colegas, os governistas tentaram boicotar o ato. Houve de tudo o que se possa imaginar e um pouco mais. Desde uma reunião orientando que as caravanas que chegassem até às oito horas fossem para a UnB primeiro, e não direto ao ato, até esconder a água dos caravaneiros.

O que vi nestes 10 dias que passei por lá foi de um lado pessoas comprometidas com a causa e acreditando no Fórum dos SPFs como estratégia forte de negociação e de outro lado pessoas dizendo que a FASUBRA foi terceirizada pelo ANDES. Mas não se enganem, tudo faz parte de uma estratégia de enfraquecer o Fórum e desmobilizar a categoria e nossa greve.

Outro fato que eu chamo de GOLPE BAIXO foi o descredenciamento dos sindicatos de luta com o intuito de cortar na veia qualquer possibilidade de mobilização mais forte. O corte financeiro tem a intenção de enfraquecer as bases para, na reta mais decisiva, reduzir o envio de delegados de oposição ao governo.

Vivemos hoje um momento bastante sério, em que os governistas estão contando, primeiro com o envio reduzido de delegados, e segundo, com os companheiros que insistem em continuar trabalhando para esse governo que nos trata com indiferença.

Agora é hora de chamar nossos colegas pra greve

E aqui eu quero deixar o meu recado: o sucesso ou o fracasso dessa greve não depende só de nós que estamos aqui da luta todos os dias. Se queremos mostrar para o governo que não vamos aceitar essa esmola temos também que estar dispostos a radicalizar e mostrar o tamanho que temos.

Fica aqui o convite aos colegas que continuam trabalhando para virem com força para a luta. Para os que já estão em greve fica o desafio de mobilizem seus colegas de trabalho a participarem com empenho. A luta é de todos, precisamos da colaboração de todos. Venham para o Comando de Greve e para as assembleias. Acreditem, o sucesso ou o fracasso depende de nossa capacidade de enfrentamento.

Por Jaquelina Balthazar Silva

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