TAEs lideram Comissão de Acessibilidade da 75ª Reunião Anual da SBPC

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Iniciativa é considerada maior evento de divulgação científica da América Latina

Nesta semana, entre os dias 23 e 29, acontece a 75ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), no Campus Centro Politécnico da UFPR. O evento tem como tema “Ciência e democracia para um Brasil justo e desenvolvido” e conta com uma Comissão inédita de Acessibilidade, liderada por técnicas e técnicos administrativos em educação (TAEs) da base do Sinditest-PR.

Melissa Vicentini, diretora do Sinditest-PR

“A presença da acessibilidade e da inclusão na reunião é uma vitória histórica na luta contra o capacitismo, principalmente se a gente for pensar na questão dos espaços acadêmicos e científicos, onde a perspectiva produtivista de capacidade, de incapacidade, ela é estrutural e cultural, e por consequência, excludente com as pessoas com deficiência”, declara a diretora do Sindicato Melissa Vicentini, uma das responsáveis pela pasta de Combate às Opressões.

Confira abaixo as principais realizações do grupo!

 Desafios

A Comissão está há três meses trabalhando no evento e é composta por um grande número de TAEs com deficiência. O técnico Ringo Bez é um dos integrantes e revela que um dos eixos de atuação da equipe é focado na eliminação de barreiras, classificadas pela Lei Brasileira de Inclusão (LBI), que podem obstruir a participação plena e efetiva desta população. 

No Centro Politécnico da UFPR, foram identificadas barreiras urbanísticas, que envolvem os espaços físicos de uso; arquitetônicas, de acesso aos edifícios públicos; de comunicação, que impedem o sujeito de se comunicar e de obter informações; e barreiras atitudinais, voltadas para atitudes e comportamentos que impeçam e prejudiquem a participação das pessoas com deficiência e igualdade de condições com as demais pessoas.

Ringo Bez, técnico administrativo em educação da UFPR.

“Buscamos equalizar todos os ambientes, seja por meio da comunicação, de adaptações razoáveis, de elementos de urbanização que pudessem ser acessíveis. Nós também pensamos nas pessoas com mobilidade reduzida, que também são motivo de inclusão, e de pessoas com deficiência temporária. E as dificuldades de acesso de pessoas idosas, gestantes, lactantes, pessoas com crianças de colo, pessoas obesas.  Nós pensamos então em todos esses aspectos de inclusão dentro do âmbito da nossa Comissão”, comenta Ringo.

 

Adaptações e serviços oferecidos

Entre as medidas adotadas para ampliar a inclusão e acessibilidade no evento, estão a criação de salas calmas para participantes neurodivergentes, intérpretes de libras em todas as atividades e também sob demanda, canais de atendimento (em português e libras), e monitores para auxiliar na locomoção de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. 

Juliana Ferrari, coordenadora da Comissão de Acessibilidade.

Foram feitas modificações e consertos, mas o mais importante foi o treinamento de 100 monitores para atuar na acessibilidade atitudinal e tentar mitigar um pouco as barreiras que não pudemos eliminar”, afirma a técnica Juliana Ferrari, cordenadora da Comissão de Acessibilidade.

 

A diretora Melissa completa: “Todo o movimento e esforços que foram realizados para promover um evento acessível vão de encontro, inclusive, com o próprio tema da reunião. Não há como se discutir justiça e desenvolvimento sem incluir todas as pessoas”.

Participação dos Estudantes

Estudante Paula, uma das integrantes da Comissão.

Os estudantes também compõem a Comissão e atuam, sobretudo, nas tarefas voltadas para monitoria de acessibilidade. “Esse trabalho junto aos estudantes também visa sensibilizá-los com a temática da inclusão, da diversidade, da eliminação de barreiras, a oferta de espaços inclusivos, de espaços acolhedores para as pessoas com deficiência. Então a partir desses estudantes o que nós pensamos é que essas ações vão reverberar para outros estudantes, uma vez que esta experiência na Comissão de Acessibilidade fará parte do cotidiano deles nos próximos eventos”, explica Ringo.

 

Legado para a UFPR

Segundo a diretora Melissa, a necessidade de ajustes para a realização do evento denuncia o fato de que a UFPR não é acessível e inclusiva no dia a dia para estudantes, trabalhadores e trabalhadoras. “A estrutura do Centro Politécnico está preparada para atender todas as pessoas, mas nos outros campi como está essa acessibilidade? Um evento desse porte, além de ser um ganho histórico, também é um ponto de discussão de como a Universidade se encontra em questão de acessibilidade e inclusão”, destacou.

Para Juliana, tudo o que foi realizado para o Congresso ficará como legado para a instituição. “Foi um momento importante de conhecer diferentes pessoas de dentro da UFPR que atuam na área, e neste evento pudemos unir forças e conhecimento para eliminar as barreiras que impedem a participação de pessoas com deficiência nos espaços”, finaliza a TAE.

 

Para saber mais sobre ações e serviços oferecidos pela Comissão de Acessibilidade, acesse: https://sbpc.ufpr.br/acessibilidade/

 

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Autor

Assessoria de Comunicação do Sinditest-PR

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