TAEs da ULAC elegem delegados de base e denunciam condições de trabalho

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Em assembleia setorial realizada ontem (07), técnicas e técnicos lotados na Unidade de Laboratórios do Hospital de Clínicas discutiram questões urgentes ao setor, como a falta de funcionários, a sobrecarga de trabalho, os desvios de função e, consequentemente, a necessidade de realização de concurso público.

“Foi uma manhã extremamente produtiva. O auditório estava lotado e os TAEs foram muito participativos, muita gente fez contribuições”, explica Evandro Castagna, coordenador do Sinditest-PR.

Durante a reunião, a primeira presencial desde o início da pandemia de Covid-19, as trabalhadoras e os trabalhadores elegeram ainda uma comissão de negociação que irá representá-los junto à direção do hospital e à Reitoria. Foram também eleitos na ocasião Jaqueline Balthazar Silva, Jaqueline Fiamancine e Sergio Luiz Bach como delegadas e delegado de base – os colegas terão a missão de representar os trabalhadores da unidade junto ao sindicato.

Bastante insatisfeitos com as atuais condições da ULAC, os participantes fizeram uma série de reclamações, denunciando o processo de precarização do setor. “Os trabalhadores dos laboratórios não podem ser tratados da maneira como estão sendo. Eles contribuíram para salvar muitas vidas. O serviço não pode ser tocado “do jeito que dá”. É preciso que a gestão do CHC tenha comprometimento com o trabalho que vem sendo desempenhado por eles”, destaca o coordenador sindical Marcello Locatelli.

Outro ponto ressaltado pela assembleia foi o processo de secundarização do caráter de Hospital Escola (ensino, pesquisa e extensão). “O HC não é um hospital comum, é um hospital que forma profissionais de saúde para o Brasil e para o mundo. Isso é um problema de fundo que está ameaçado e a gente percebe que a política da gestão do hospital vem sendo tocada de maneira com que isso seja cada vez mais secundarizado”, enfatiza o coordenador.

O clima no ambiente de trabalho também tem deixado os funcionários  e as funcionárias descontentes. Muitos afirmam que estão sofrendo pressão por parte da direção do hospital para que assumam, em caráter emergencial, plantões e funções pelas quais não foram contratados e, em alguns casos, não possuem domínio, comprometendo a qualidade do trabalho. Os trabalhadores denunciam que o estímulo à rivalidade entre os plantonistas e a rotina tem sido incentivado, buscando ocultar o verdadeiro problema, que é a falta de funcionários.

“Os trabalhadores da unidade não são responsáveis por esta situação. A demissão dos trabalhadores Funpar, a falta de reposição dos trabalhadores aposentados e a recente demissão dos PSE geraram todo esse caos. Os trabalhadores estão exaustos, cansados, não aguentam mais essa situação e buscam, urgentemente, por uma solução”, ressalta Castagna.

Ele finaliza: “não basta que a UFPR divulgue nas suas propagandas que o CHC é referência na luta contra a Covid, que foi considerado um hospital modelo, com exames produzidos com rapidez pelos trabalhadores da ULAC, com qualidade e excelência. É preciso que a Reitoria e a gestão do Hospital escutem os trabalhadores da unidade, reconheçam e atendam suas necessidades”.

Encaminhamentos da assembleia

Entre os encaminhamentos apontados pela assembleia para resolver ou diminuir os problemas emergenciais da unidade estão a convocação imediata dos trabalhadores do último concurso realizado pela EBSERH, além da abertura de Edital para realização de um concurso RJU, da UFPR. Outra sugestão refere-se a abertura de uma Comunicação Interna ao CHC solicitando apoio voluntário, emergencial e temporário à ULAC, até o chamamento dos concursados. Por fim, as técnicas e os técnicos reivindicam ainda a participação dos trabalhadores na construção das escalas de plantões.

Além disso, um ofício solicitando uma reunião emergencial foi encaminhado, no mesmo dia, pelo Sindicato representando a Comissão recém-eleita. O documento foi endereçado para Marisol Dominguez Muro, Chefe da ULAC; para o Dr. Ricardo Marcelo Fonseca, Magnífico Reitor da UFPR e para a Prof, Profa. Dra. Claudete Reggiani, Superintendente do CHC. Mônica Evelise Silveira, Gerente Administrativa da instituição;  Railson Henneberg, chefe da Divisão de Apoio Diagnóstico e Terapêutico, e Douglas Ortiz Hamermuller, da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas também foram oficiados na mesma solicitação.

Confira abaixo as fotos da assembleia:

 

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