Sinditest-PR solicita que adicional de insalubridade no HC seja concedido no grau máximo durante a pandemia

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O Sinditest-PR solicitou que seja concedido o adicional de insalubridade em grau máximo a todos os trabalhadores do Hospital de Clínicas (HC) UFPR que estão atuando no local durante a pandemia do Coronavírus. O ofício foi encaminhado à direção do HC-UFPR e à Pró-reitoria de Gestão de Pessoas da UFPR (Progepe).

O pedido se embasa em diversos estudos publicados recentemente sobre os aspectos de infecção do vírus causador da Covid-19, a capacidade de sobrevivência do agente infeccioso em diversas superfícies e ambientes existentes em hospitais e os índices de infecção em profissionais de Saúde.

Na Espanha, 14% dos infectados são profissionais do setor. No estado do Rio Grande do Sul, mais de 1.500 profissionais foram afastados nas 18 maiores cidades. Só na cidade de São Paulo, mais de mil profissionais foram afastados por suspeita ou por terem resultado positivo em testes de Coronavírus).

Um dos problemas que contribui para a ampliação do contágio é a extrema carência de testes de detecção. É um problema nacional, pois entre os países com maior número de infectados, o Brasil é um dos que realiza menos testes por habitantes. Deste modo, é praticamente impossível traçar o caminho da infecção e diminuir os riscos com a devida rapidez. A falta de testes gera a subnotificação que, por sua vez, faz parecer que a pandemia é menos perigosa do que realmente é (especialistas estimam que o Brasil identificou até o momento apenas 10% dos casos).

A carência de equipamentos de proteção individual (EPI) e de outros insumos não coloca em risco apenas a segurança das equipes que atuam dentro do complexo hospitalar, mas pode servir para ampliar o contágio dentro do ambiente hospitalar.

Mesmo com a divisão do hospital em áreas de risco (vermelho e verde), o Sinditest-PR ressaltou, tendo como base diversos estudos, que há risco de contaminação em cadeia, inclusive afetando pessoas que não atendem diretamente os pacientes portadores ou com suspeita da doença. Inclusive, pelos relatos recebidos pelo sindicato até o momento, os trabalhadores do HC que tiveram caso confirmado de contágio por Covid-19 não eram trabalhadores da chamada “linha de frente”, as unidades destinadas ao atendimento da pandemia. Assim, o argumento apresentado pelo Sinditest-PR é de que todos estão expostos habitual e permanentemente a agentes biológicos, seja pelo contato com objetos de uso dos pacientes ou com colegas potencialmente infectados, com superfícies contaminadas ou mesmo com o ar contaminado.

Além disso, com as unidades da Progepe atuando por trabalho remoto, é desnecessário e inaceitável expor os servidores da Unidade de Saúde Ocupacional ao risco de contágio pela circulação destes dentro do hospital. Desta forma, torna-se inviável refazer individualmente todos os laudos para os trabalhadores do HC. Isso para não mencionar a reorganização quase que diária das estruturas internas do HC, com remanejamento de servidores para outros setores. Todos esses elementos são suficientes para justificar a adoção de uma medida administrativa pela reitoria da UFPR para estender o adicional de insalubridade em grau máximo a todos os profissionais que atuam no Hospital de Clínicas da UFPR durante a pandemia do Coronavírus.

Confira aqui os documentos protocolados pelo Sinditest-PR

Ofício de Requerimento – nº83/2020

Ofício de Requerimento – nº84/2020

Fonte:Sinditest-PR

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