PEC 287 ‘atinge em cheio’ aposentados e pensionistas

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Arrimo de família. Em mais de ¼ dos lares brasileiros, este é o papel exercido pelas aposentadas e pensionistas. Essas mulheres, além de se desdobrarem com as tarefas domésticas e com a educação dos(as) filhos(as) e netos(as), continuam, mesmo na velhice, responsáveis pelo orçamento familiar. A Reforma da Previdência proposta pelo governo Michel Temer vem para desestruturar mais de 17 milhões de lares, que dependem financeiramente destes benefícios. Entenda o porquê.

Pensão por morte e aposentadoria menor do que o salário mínimo. Já pensou no tamanho do estrago? Hoje, só na classe C, 82% dos domicílios são sustentados por beneficiários(as) da Previdência, o que ressalta a importância da contribuição dos idosos e idosas no conjunto do orçamento familiar. Com a PEC 287, as maldades não param por aí.  Quem já se aposentou também será prejudicado(a), pois de acordo com as novas regras ficaria sem direito a ganhos reais.

As mudanças são drásticas também no valor da pensão, que deixará de ser integral – reduzida à metade, acrescida de 10% por dependente. Isso para todos os regimes. Além disso, a Reforma corta na carne de quem mais precisa: com ela não será mais possível o acumulo de pensão e aposentadoria. O segurado ou a segurada terá que optar pelo benefício de maior valor. Mais uma vez, a classe trabalhadora paga a conta da crise e é encurralada pelo Governo entre o rochedo e o mar.

Oito em cada 10 idosos sustentam os lares em que vivem. A importância dos benefícios do INSS é ainda maior nas classes mais baixas Para a professora do Instituto Federal do Maranhão e militante do movimento nacional do Quilombo Raça e Classe, Claudicéa Durans, a Reforma agrava as condições de vida de famílias inteiras que têm os benefícios da Previdência como única renda. “Isso sem falar na piora das condições de atendimento dos hospitais e postos de saúde. Com a desvinculação ao salário mínimo aumentará ainda mais a pobreza. Muitas mulheres sequer chegarão a acessar aposentadoria, pois não conseguirão chegar a completar 65 anos”, afirma.

Mercado de trabalho

Outra consequência da Reforma é o aumento no desemprego na terceira idade, que saltou 132% entre o último trimestre de 2014 e o segundo trimestre deste ano. De acordo com o IBGE, mais da metade dos(as) idosos(as) ocupados(as) trabalha por conta própria (46%) ou como empregador (8,8%). Vagas com carteira assinada estão disponíveis apenas para uma faixa de 15,7%. Trata-se de um segmento que só aumentará com o alargamento da idade para a aposentadoria.

im66

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