Assédio no HC: administração coloca funcionária FUNPAR na geladeira e sugere demissão

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“Retornei das minhas férias e encontrei outro funcionário no meu lugar”. O relato é de uma trabalhadora do Hospital de Clínicas colocada na “geladeira” pela gestão. O intuito da chefia é claro: enxugar o quadro da Funpar e forçar a trabalhadora a pedir demissão.

Em denúncia ao Sinditest, a profissional, que está bastante abalada, descreveu a humilhação. “Sabe o que é você se levantar às cinco horas da manha, escolher sua roupa, se maquiar e pensar: meu Deus pra onde eu vou? Como é que fica o psicológico? Eu não mereço isso!”.

A trabalhadora, que integra há mais de 26 anos o quadro da FUNPAR, conta que no retorno das férias foi comunicada: “Você vai dividir as funções com o novo funcionário da EBSERH”. A conversa com a chefia, porém, mudou no dia seguinte, indicando claramente a estratégia da direção do Hospital. “Como você sabe é a mais nova do quadro e nós estamos com o rapaz da EBSERH que veio para assumir esta vaga, que nós já tínhamos solicitado antes de você vir. Vamos mandar o seu processo de movimentação para o RH e vamos aguardar.”

Os dias foram se passando e a situação da trabalhadora continuava na mesma. “Me colocaram à disposição sem permuta porque já havia outro em meu lugar. Estou me sentindo muito mal de ficar lá. Vendo que não havia vaga em nenhum outro setor o RH me sugeriu a demissão”, conta. “Até não me interessava, mas a humilhação é tão grande que eu falei que sim. Como você acha que eu me sinto? O rapaz entrou no meu lugar, fazendo a minha função, tudo aquilo que eu fazia e eu de braços cruzados. Como você pensa que eu me sinto? A pior das piores! Eu consegui uma síndrome do pânico aqui, coisa que eu não tinha.”

Conversa de corredor

A conversa de corredor já começou. De acordo com a funcionária, o boato que circula no Hospital é de que nenhum setor a quer. “Ficarei apenas três meses em outro setor caso haja a movimentação, porque tenho estabilidade pós-férias. Que setor vai querer aceitar um funcionário assim?”, questiona. Ela finaliza: “26 anos e oito meses no HC, depois de todo esse tempo, no finalzinho, que me deem a conta de uma vez, me indenizem e me mandem embora.” O jurídico do Sinditest já foi acionado e acompanha de perto esta situação.

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