ACT Funpar: Patronal oferece apenas reposição da inflação e provoca indignação na Comissão Obreira

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Mais uma reunião de negociação foi realizada entre a comissão obreira do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) FUNPAR e a comissão patronal, juntamente com o Sinditest, na manhã desta sexta-feira (9). Desta vez, além do advogado da FUNPAR, Luiz Antonio Abagge, também estiveram presentes a administração do Hospital de Clínicas (HC), representada pela diretora administrativa Mônica Evelise Silveira, e o chefe de gabinete da Reitoria, Paulo Opuska.

A discussão chegou ao âmbito econômico. A proposta do HC foi de reajustar os salários apenas com a inflação, ou seja, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) fechado em maio, de 3,99%. O advogado do Sinditest, Adilson Korchak, afirmou que a proposta era “horrorosa, abaixo de qualquer expectativa”, e argumentou que o INPC sequer expressa a realidade do país, já que foi puxado para baixo pelo fechamento do ano agrícola.

Membro da comissão obreira, a trabalhadora Juçara Oliveira declarou prontamente que a proposta não seria aceita. A advogada do Sinditest Gabriela Caramuru apontou o histórico dos(as) funparianos(as) é de perdas salariais. O pagamento dos(as) trabalhadores(as) foi corroído do decorrer dos últimos 20 anos.

“Uma das propostas de campanha do reitor era reduzir a desigualdade entre FUNPAR, EBSERSH e Regime Jurídico Único. Os trabalhadores e trabalhadoras FUNPAR ganham pouco, sofrem assédio por serem terceirizados, não são valorizados. Nós já abrimos mão dos 7% de perdas históricas. O mínimo que vamos aceitar é  7,68% de aumento”, disse a advogada.

Dura realidade

A trabalhadora Maria Aparecida Oliveira, coordenadora de Aposentados e Pensionistas do Sinditest, disse que não é possível conquistar a igualdade com salários tão baixos e com o mísero reajuste da inflação. “Nós ouvimos que o trabalhador FUNPAR ia ser valorizado. Como vamos querer igualdade com um salário de 1.200 reais? Eu trabalho há 28 anos no HC e ganho 1.200 reais. Que valorização é essa?”, indagou. A trabalhadora ainda completou que muitos(as) funparianos(as) estão ficando doentes, sem local de trabalho e sendo postos(as) à disposição.

O chefe de gabinete da Reitoria, Paulo Opuska, disse que irá discutir a proposta da comissão obreira de 7,68% de aumento – 4,68% do índice da inflação do começo da negociação mais 3% de aumento real – com o reitor Ricardo Marcelo e com a administração do Hospital, e deve dar uma resposta na segunda-feira (12).

Plano de Saúde

Os(as) trabalhadores(as) ainda reivindicaram o pagamento de um benefício semelhante ao per capita dos RJU, para ajudar a custear um plano de saúde privado. “Nós estamos chegando à idade em que mais precisamos de um plano de saúde, à idade em que a doença aparece, e não estamos tendo condição de arcar com um plano de saúde”, defendeu a trabalhadora Juçara Oliveira.

A Reitoria argumentou que está tentando contratar um plano de saúde coletivo para todos(as) os(as) trabalhadores(as) da UFPR, no qual os(as) funparianos(as) estarão inseridos(as). A comissão obreira pediu então que fosse concedida uma espécie de per capita até que o plano de saúde coletivo saísse. Paulo Opuska negou, dizendo que isso enfraqueceria a negociação por um plano de saúde massivo no Conselho Universitário.

Licença Paternidade

Os(as) trabalhadores(as) conquistaram o direito a licença paternidade, mesmo quando a mãe não é trabalhadora FUNPAR. Será proposta uma nova redação de cláusula do ACT contemplando o benefício.

Luisa Nucada,
Assessoria de Comunicação e Imprensa do Sinditest-PR.

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