ACT Funpar: assembleia rejeita proposta de 2,4% e segue firme na luta pelo aumento e valorização

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Foi com o auditório lotado que os trabalhadores e trabalhadoras da Funpar rejeitaram, por unanimidade, a nova proposta de aumento sugerida pela patronal, de 2,4% – a primeira proposta foi de míseros 1,69%. A categoria continua firme exigindo o índice de 17,65%, que inclui reposição da inflação, perdas históricas e 10% de aumento real.

As reivindicações financeiras quanto ao Vale Alimentação e ao auxílio creche seguem as mesmas que foram deliberadas na assembleia que aprovou a proposta de ACT.

Nas últimas três rodadas com a empresa foram poucos os avanços. A assessoria jurídica da Funpar, intransigente, trabalha na tentativa de retirada de direitos e só garantiu, por enquanto, a data-base. Por outro lado, a Comissão Obreira, aguerrida, não esmorece e bate de frente com a patronal.

“As negociações estão tensas, trabalhamos em ritmo acelerado. É desse jeito com assembleia cheia que nós vamos chegar a algum lugar. A luta está sendo bem difícil”, conta Juçara Maleoni, trabalhadora que também integra a comissão.

Estabilidade

Tema sensível aos(as) trabalhadores(as) da Fundação, este tem sido um dos principais pontos de enfrentamento nas negociações. Mesmo com negativas da patronal, que sugeriu alterações, os(as) funcionários(as) deliberaram por mantê-las nas tentativas de acordo com a patronal. “Estabilidade é um princípio e nós não vamos abrir mão”.

A briga continua pela estabilidade de 1 (um) ano após a alta médica ao empregado que estiver em licença por prazo superior a 60 dias – na sugestão da Reitoria entrariam apenas as doenças ocupacionais.

A estabilidade em período pré-aposentadoria integral nos cinco anos anteriores ao tempo de serviço necessário à aquisição do direito é a proposta da comissão obreira. A patronal sugeriu suprimir essa cláusula. Atualmente, o ACT garante, neste caso, estabilidade de três anos. A categoria rejeita qualquer proposta abaixo deste mínimo.

Insalubridade e Ultratividade

Outro ponto importante, que mexe no bolso do pessoal, também foi posto em votação. Por unanimidade, continua nas negociações a manutenção do cálculo do adicional de insalubridade conforme salário-base podendo-se chegar a acordo com a faixa II do piso regional estadual.

Os(as) trabalhadores(as) não abrem mão ainda da ultratividade, princípio que assegura o convencionado no último ACT até a realização do próximo. “Queremos garantir as conquistas da Funpar. Sem a ultratividade, com a Reforma Trabalhista, os trabalhadores ficam no limbo após o vencimento do ACT”, explicou a coordenadora do Sinditest Mariane Siqueira.

Atendimento em Unidade Referenciada

Exigência da categoria há muito tempo, o atendimento prioritário dos funcionários na Unidade Referenciada ganhou um novo capítulo hoje. A comissão obreira foi interrompida pelo chefe do setor quando apresentava este ponto de pauta. O médico responsável pela Unidade até tentou interromper a assembleia, mas foi informado pelos trabalhadores que as chefias devem se dirigir à direção da Unidade, e não participam de assembleias da base.

Curiosamente, uma trabalhadora passou mal durante a assembleia e precisou de cuidados de urgência. Chegando na unidade, teve o atendimento negado sob a orientação de se dirigir ao Ambulatório dos Funcionários, que como sempre estava sem médico.

Indignados, os participantes da assembleia decidiram acompanhar a trabalhora ao pronto atendimento, exigindo que a mesma fosse atendida. A unidade dos trabalhadores e direção do Sinditest pressionou a superintendente do Complexo Hospital de Clínicas, Claudete Reggiani, tomou providências.

Após a mobilização dos trabalhadores, a funcionária foi atendida e passa bem. “Isso aqui é revoltante. É pra mostrar praquele médico como nós somos tratados aqui nesse hospital”, lamentou uma funcionária.

Uma nova assembleia está marcada para a próxima quarta-feira, dia 6. O diálogo é sempre o melhor caminho, mas se for preciso apelar para a greve, a categoria mostra muita disposição. Em breve, mais informações.

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