23º Confasubra | Avaliações do Congresso pelas correntes

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Atenção!

Enquanto a Fasubra Sindical não divulga o informe oficial, o Sinditest se dispõe a publicar as avaliações das correntes que disputaram o Congresso.

Este espaço é aberto para todos os que participaram da construção do 23º Confasubra. Os textos assinados deverão ser enviados para o e-mail [email protected].

 

Avaliação Coletivo Sonhar Lutar

*Por Gibran Jordão
Coordenador Geral da FASUBRA

Entre os dias 06 a 11 de maio ocorreu na cidade de Poços de Caldas o XXIII CONFASUBRA, onde mais de mil delegadas e delegados estiveram presentes representando trabalhadores de universidades e instituições federais de ensino de todo país.

Ativistas de diferentes gerações estiveram presentes no congresso, expressando uma vitória importante da FASUBRA em organizar trabalhadores mais novos que estão começando sua carreira com gente mais experiente, aposentandos e aposentados num movimento vivo legitimando a FASUBRA como uma das entidades sindicais mais importantes do funcionalismo.

Os participantes discutiram temas importantes nas mesas principais, que envolveu a Conjuntura Nacional, os ataques do governo Temer contra as universidades públicas e aos direitos sociais e democráticos, como também a luta contra as opressões.
Destaque para a intervenção do professor Valério Arcary: https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=1021308708036951&id=654339308067228

Temas específicos da categoria também estiveram em debate nas mesas temáticas como a Carreira, Hospitais Universitários, Jornada de 30 horas, assuntos de aposentadoria e um plano de lutas…

Na opinião da maioria dos participantes, o congresso desse ano foi muito superior em relação a qualidade dos espaços de debate comparado ao congresso de 2015, essa é uma vitória política importante da federação que soube construir espaços democráticos para que a base pudesse falar, propor, criticar…

Em relação ao plano de lutas, o congresso aprovou o dia 23/05 como dia nacional de mobilizações e paralisações em conjunto com o calendário do FONASEFE e do FONACATE como parte da luta do funcionalismo contra o ajuste de Temer.

Esse congresso também elegeu a nova direção da FASUBRA numa disputa que envolveu 5 chapas e na qual a Chapa Sonhar Lutar saiu vitoriosa.

A DEFESA DE TESES NO CONFASUBRA

O debate sobre a turbulenta conjuntura política e econômica do país se iniciou e atravessou todo o congresso a partir da defesa de teses que abriu os debates no congresso e se aprofundou na mesa de conjuntura e nos grupos de trabalho.

Houve 9 teses que defenderam suas ideias nesse congresso, mas três posições sobre os principais elementos da conjuntura se destacaram no debate. A maioria das delegadas e delegados tiveram a compreensão que houve um golpe no país com o impeachment de Dilma como também entenderam que a prisão de Lula é política e que a Fasubra precisa se posicionar contrária a tal prisão. A partir daí começam diferenças importantes, as Teses ligadas a CUT/CTB se posicionaram contra o golpe e contra a prisão de Lula, mas sem fazer nenhuma autocritica sobre os erros dos governos do PT que levaram ao fortalecimento da direita ajudando a chegarmos na situação que estamos hoje.

A Tese Sonhar Lutar, grande vencedora do congresso, formada por ativistas independentes, correntes e organizações ligadas ao PSOL e ao PCB, como também parte da CSPConlutas e Intersindical. Defendeu que a FASUBRA precisa sim se posicionar contra o golpe e contra a prisão de Lula, pois ambos fazem parte aos ataques a direitos democráticos. Mais do que isso, defendeu também que a FASUBRA se posicione contra alianças com setores golpistas como o PT vem fazendo com o MDB em mais de 6 estados para a eleição esse ano. Criticou a atuação da CUT em ter desmontado a greve geral contra a reforma trabalhista e a reforma da previdência no ano passado e por fim chamou as direções da CUT e da CTB a fazerem uma autocritica sobre a conciliação de classes e os erros do passado. Defenderam ainda a unidade entre as centrais sindicais, movimentos sociais para construir um calendário de lutas unificado contra os ataques a direitos sociais e democráticos preparando as condições para uma nova greve geral.

Houve ainda a posição daqueles que defendem que não houve um golpe no país, e que a Fasubra não deve se posicionar a favor da liberdade de Lula. As teses ligadas a Frente Base( PSTU ) e Manifeste-se( CST/Psol) defenderam que não existe

crescimento do fascismo no país e que a correlação de forças está favorável para organizar as lutas dos trabalhadores.

DIA 23/05 É DIA DE PARALISAÇÃO NACIONAL NO FUNCIONALISMO PUBLICO FEDERAL

Como parte do plano de lutas votado no XXIII Confasubra a maioria das delegadas e delegados avaliaram que as condições de mobilização da categoria ainda não estão totalmente maduras. Para fortalecer o processo de lutas contra Temer e seus ataques, foi aprovado o dia 23 de maio como dia nacional de mobilização e paralisação unificada do funcionalismo seguindo o calendário do FONASEFE e FONACATE.

Essa paralisação tem o objetivo de exigir do governo abertura de negociação com a pauta da campanha salarial do funcionalismo, o governo após muita pressão e por conta da greve da FASUBRA ano passado, abriu um diálogo no início desse ano. Mas não deu continuidade, simplesmente não recebe mais as entidades do funcionalismo e não tem apresentado nenhuma proposta de negociação salarial.

O DEBATE DE OPRESSÕES E A CRIAÇÃO DA COORDENAÇÃO LGBT

O debate sobre a luta contra as opressões no congresso foi intenso e repleto de sensibilidades importantes. A mesa principal sobre opressões e as mesas temáticas sobre temas que envolvem a luta feminista, contra o racismo e a homofobia ajudaram a fortalecer nossa federação e seus sindicatos filiados para se tornarem polos contra as opressões na sociedade.

Todas as resoluções do encontro de mulheres da FASUBRA foram aprovadas, entre elas, a criação de espaços de discussão auto organizados pelas mulheres. Uma grande vitória, que fortaleceu a luta feminista na FASUBRA.

As delegadas e delegados presentes fizeram um grande debate, parabenizaram o trabalho que vem fazendo a FASUBRA em relação a esse tema, fizeram propostas, houve críticas construtivas e teve muita comemoração e emoção com a criação da nova coordenação LGBT.

A nova coordenação terá o objetivo de organizar a luta da comunidade LGBT entre os trabalhadores das Instituições federais de ensino. Trata-se de uma reivindicação importante que fortalece a FASUBRA e seus sindicatos filiados na luta contra as opressões. A FASUBRA que tinha 25 Coordenações, passa a ter agora 27 com a criação da Coordenação LGBT.

APROVADO MANDATO DE 3 ANOS… MAS CONSELHÃO NÃO PASSOU!

Houve uma insistência por parte das teses ligadas a CUT e CTB em aprovar uma reforma estatutária cujo as propostas tornaria a Fasubra menos democrática, com menos rotatividade na direção e mais distante da base.

Conseguiram aprovar o mandato de 3 anos. Hoje a FASUBRA tem um mandato de duração de dois anos, agora a próxima direção será de três anos. Houve forte oposição principalmente da Tese Sonhar Lutar contra essa proposta, a votação ficou praticamente empatada não sendo possível visualizar por contraste. Na contagem dos votos ficou aprovado o mandato de 3 anos.

O conselho de sindicatos para substituir as plenárias da Fasubra que tem representação por delegados eleitos pela base, também era uma proposta de da CUT e CTB. Caso aprovada, seria um grave retrocesso democrático na Fasubra. A maioria das delegadas e delegados presentes não aprovaram esse proposta, pois querem uma Fasubra mais próxima da base e não burocratizada.

A ELEIÇÃO DA NOVA DIREÇÃO

Na madrugada do último dia de congresso 5 chapas se inscreveram. São elas:

Chapa 1 – Formada pela Frente BASE ( PSTU) , Tese Manifeste-se ( CST-Psol) e Pslivre.

Chapa 2 – Formada pela CTB.

Chapa 3 – Movimento Sonhar lutar, Formada por ativistas independentes, organizações ligadas ao PSOL (Resistencia, MÊS, Fortalecer, Insurgência…) e por militantes da Unidade Classista e PCB.

Chapa 4 – Formada pela CUT – Ressignificar.

Chapa 5 – Formada pela CUT – UNIR.

O Congresso da Fasubra expressou uma fragmentação da esquerda tanto dos setores da esquerda mais moderada, como dos setores revolucionários. O campo da CUT/CTB se dividiu em três chapas. Já os setores da esquerda mais radical e combativo se dividiu em duas chapas.

O campo cutista e da CTB veio forte e bem competitivo para concorrer a direção da FASUBRA, o que demonstra uma reorganização do PT no movimento sindical do funcionalismo, vários quadros mais experientes estão voltando para os sindicatos e compondo agora a direção da FASUBRA. Mesmo assim, a crise do PT e de suas correntes, e a falta de uma estratégia comum, se traduziu na incapacidade desses setores de estabelecerem um diálogo entre sí. Primou as disputas de aparato e os interesses específicos de cada corrente levando a divisão em três chapas.

Houve também uma divisão do setor mais combativo da FASUBRA que compuseram a mesma chapa no congresso de 2015. Mesmo após os apelos do Movimento Sonhar Lutar para construção de uma chapa unitária daqueles que não vacilaram na greve geral e dos setores mais combativos, os companheiros da chapa 1 apostaram na divisão. Em nossa opinião foi um erro grave, com a divisão da CUT e da CTB poderíamos ter tido uma vitória ainda superior nesse congresso.

Os camaradas da chapa 1 em sua maioria defendem que não houve um golpe no país e que não há um crescimento do fascismo no Brasil. Nós achamos que essas posições estão equivocadas, pois na medida que deixam a luta por direitos democráticos nas mãos da CUT, ajudam o próprio Petismo a se fortalecer na base da categoria. Mas mesmo não concordando com a posição dos companheiros da chapa 1, não achamos que sejam critérios que impossibilite a construção de uma chapa unitária que seja uma alternativa de lutas aos vacilos da CUT. Caso os camaradas do PSTU e da CST/Psol seguirem com essa política, vão acabar ajudando a CUT se fortalecer na base da federação. Precisamos da unidade dos setores mais combativos de nossa federação, esse é o nosso chamado!

A VITÓRIA DO MOVIMENTO SONHAR LUTAR!

Com os votos de 369 delegadas e delegados a chapa Sonhar Lutar foi a grande vitoriosa na eleição da nova direção da FASUBRA. A maioria das delegadas e delegados se contagiaram com a tese do movimento sonhar lutar que tinha uma bancada muito animada com palavras de ordem no plenário e que fez um bom debate no congresso defendendo suas ideias.

A Chapa Sonhar Lutar conquistou 9 coordenações com 9 suplências, indicando um total de 18 dirigentes na direção da federação. São 11 mulheres e 7 homens, entre essas pessoas estão negr@s, branc@s e LGBTs. São trabalhadores de universidades de todas as regiões do país, norte, sul, nordeste, sudeste e centro oeste.

Parabéns a tod@s que tornaram possível essa vitória, agradecemos a tod@s delegad@s que votaram em nossa chapa e esperamos que em cada universidade e Instituição federal de ensino o nosso movimento possa crescer a cada dia mais.

 

Movimento Ressignificar a Fasubra pela base

XXIII CONFASUBRA: Campo democrático e popular retoma condições objetivas para dirigir a FASUBRA e colocar o movimento sindical da categoria TAE no caminho da resistência contra o golpe.

Durante seis dias, 1124 delegadas e delegados sindicais estiveram reunidos em Poços de Caldas, sul de Minas Gerais, para debater e definir os rumos da Federação para o próximo período. A vigésima terceira edição do CONFASUBRA também teve como objetivo eleger a Direção Nacional e Conselho Fiscal para o mandato 2018-2021.

Três campos políticos protagonizaram as discussões nos grupos de trabalho e mesas de debate, cujas propostas foram enviadas à plenária do Congresso para votação. O último dia do evento foi reservado à eleição da Direção Nacional e do Conselho Fiscal da FASUBRA. A novidade para esta edição foi que a Direção Nacional passou a ter, a partir deste Congresso, 27 titulares e 27 suplentes, distribuídos em treze Coordenações. O aumento de duas vagas se deu pela criação da Coordenação LGBTI, com duas pessoas. A eleição contou com cinco chapas concorrentes.

Três são as chapas do campo democrático e popular, sendo duas CUTistas: chapa 4, composta pelas teses Articulação Sindical e Ressignificar a Fasubra pela Base; chapa 5, composta pelas teses Unir: Resistência e Luta e Movimento Luta de Classes; chapa 2, formada pela tese CTB. O campo do esquerdismo, formado pela tese e chapa Sonhar Lutar, cujo número de registro foi o 3, é composta por correntes minoritárias da central CSP Conlutas e pela central Intersindical. Por fim, o campo da direita, hegemonizado pela corrente majoritária da CSP Conlutas, formou a chapa 1 que, embora tenha um discurso de esquerda na aparência, está alinhado na conjuntura com o golpe e a “lava jato”.

O processo e o resultado das eleições para a Direção Nacional podem confundir aqueles que não conhecem a FASUBRA. Nossa Direção Nacional é formada seguindo métodos da proporcionalidade qualificada, conhecido no meio sindical pelo termo “puladinho”, em que os cargos na diretoria são distribuídos entre as chapas concorrentes em uma chamada ordenada conforme a proporção de votos na eleição. Esta distribuição faz com que todas as teses possam ter representantes em alguma das coordenações. Ao mesmo tempo, isso significa que uma chapa mais votada, pode não conseguir dirigir a Federação, caso não tenha capacidade de articular e dialogar com as demais teses e coletivos que compõem o órgão colegiado.

O campo democrático e popular, cujas três chapas juntas somam 14 Diretores Nacionais, enquanto as duas outras chapas somam 13 Diretores Nacionais, retornou à condição de maioria. Até então, na gestão que termina com este Congresso, esse campo era minoria, dado que o esquerdismo e a direita somavam 13 Diretores e CUT e CTB, 12 Diretores. Na prática, mesmo que tenham uma Coordenação Geral a menos, as correntes do campo democrático e popular têm condições objetivas para, unidas durante o mandato, retomar o papel de resistência da Federação às ações golpistas, sem titubeios e sem tergiversações esquerdistas e lavajatistas.

O Movimento Ressignificar a Fasubra pela Base, composto pelas correntes nacionais orgânicas CUTistas ArtSind e CSD, por coletivos sindicais regionais e militantes independentes, defendeu uma tese que propunha mudança, inovação e renovação na Federação. Propusemos uma forma de fazer com que a Federação responda melhor às necessidades da conjuntura, que seja democrática e fortemente enraizada na base.

Nossa visão é a de que a Federação deve estar permanentemente conectada às entidades de base e às trabalhadoras e trabalhadores. Defendemos a prioridade da luta contra o golpe, cujo programa de destruição do Estado brasileiro deve ser derrotado. Caso contrário, não será possível manter as conquistas históricas e nem avançar, podendo inclusive perder mais direitos. Tais questões devem ser centralmente consideradas no calendário de lutas!

Nossa caminhada neste CONFASUBRA foi vitoriosa, considerando que a grande política foi aprovada e os demais debates acumularam para o processo de mudança na Federação, ainda parte deles tenham sido protelados. A luta pela mudança deverá ser intensificada durante este mandato que se inicia. O campo democrático e popular tem condições reais de consolidar uma unidade programática, além produzir unidade na ação.

É hora de Ressignificar a FASUBRA pela Base!

Articulação Sindical (ArtSind)

CUT Socialista e Democrática (CSD)

Coletivo Expressão Sindical

Coletivo Sempre na Luta (SL)

Frente Integrada Cutista da ASSUFSM (FICASSUFSM)

Movimento Unir para Ressignificar (MUR)

Militantes Independentes

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