Mesmo com todos os esforços da recém-fundada Seção Sindical SINDTAE-UNILA para manter um diálogo aberto e construtivo, a gestão da UNILA tem se mostrado inóspita e indiferente às demandas dos Técnico-Administrativos em Educação (TAEs). O caso das progressões é apenas o reflexo mais evidente do pouco empenho da administração em reconhecer e valorizar o trabalho da categoria, que segue enfrentando atrasos, desorganização e falta de respostas concretas.
Desde a conquista da nova estrutura de carreira dos Técnico-Administrativos em Educação (TAE), os trabalhadores da UNILA vêm enfrentando uma situação cada vez mais preocupante. O que deveria representar um marco de valorização profissional se transformou em um novo capítulo de descaso e desorganização administrativa.
A atual gestão da universidade tem atrasado sistematicamente a concessão das progressões, seja paralisando processos – como ocorrido no início do ano, seja deixando de adotar medidas efetivas para lidar com o alto volume de demandas – volume este que decorre tanto da conquista histórica da categoria quanto de demandas atípicas enfrentadas pelas unidades administrativas responsáveis, mas que é agravado pela falta de planejamento e de gestão por parte da administração.
O mais preocupante é que essa situação é observada apenas na UNILA. Em outras universidades federais, o processo de implementação das progressões vem ocorrendo com regularidade, demonstrando que os entraves enfrentados localmente são fruto de problemas de gestão e de falta de priorização por parte da administração superior.
Com a aproximação do final do ano, o cenário torna-se ainda mais grave. Caso nenhuma providência concreta seja tomada, as progressões correm o risco de “cair em restos a pagar”, ou seja, serem empurradas para o próximo exercício financeiro. Isso acarretará novos atrasos, insegurança e o risco real de que a concessão dependa da aprovação orçamentária de outros órgãos, fora da competência direta da universidade.
Enquanto isso, a PROGEPE e a Reitoria da UNILA permanecem em silêncio. Há mais de 60 dias, tanto a Comissão Interna de Supervisão (CIS) quanto a Seção Sindical encaminharam ofícios, solicitaram reuniões e apresentaram propostas concretas – entre elas, a criação de uma força-tarefa com servidores experientes de outras unidades. No entanto, nenhuma resposta oficial foi dada. O que se recebeu até o momento foram promessas genéricas de conclusão ainda em 2025, sem qualquer planejamento ou estratégia apresentada. Com o fechamento da folha de outubro, cerca de 400 processos seguem sem perspectiva de análise, aprofundando a insatisfação e a incerteza entre os servidores.
O que se observa é uma gestão inerte diante de um problema que ela mesma ajudou a criar. A demora, a falta de transparência e a ausência de diálogo revelam desrespeito não apenas com os servidores, mas com toda a comunidade universitária, que depende de um corpo técnico valorizado e motivado para garantir o funcionamento da instituição.
Os TAE da UNILA seguem firmes na defesa de seus direitos e não aceitarão que a negligência administrativa inviabilize conquistas históricas obtidas com luta e mobilização. A Seção Sindical SINDTAE-UNILA continuará cobrando providências e denunciando publicamente qualquer tentativa de postergar ou desrespeitar o direito à progressão – um direito legal, legítimo e fruto do esforço coletivo da categoria.