UFPR sinaliza recuo sobre exigência de reposição das horas da paralisação nacional de 28 de março e se compromete a dialogar com servidores da Imprensa Universitária antes de qualquer mudança
Após mais de duas semanas sem resposta ao pedido de informações sobre a exigência de reposição por parte de algumas chefias, a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEPE) da UFPR finalmente recebeu a coordenação do Sinditest-PR nesta semana. A reunião foi marcada por cobranças diante das ameaças de desconto do dia 28 de março, data em que as técnicas e os técnicos administrativos em educação participaram de uma paralisação nacional convocada pela FASUBRA.
Durante o encontro, a pró-reitora argumentou que o desconto estaria amparado pelo julgamento do Tema 531 do STF. No entanto, os dirigentes sindicais – Antonio Neris, Wilson Messias, Agnaldo Gonçalves, Antonio Carneiro, Ivandenir Pereira e o servidor da base Djalma Pedro – contestaram a interpretação. Segundo eles, a decisão do Supremo não revoga a Instrução Normativa nº 54, que estabelece as diretrizes para negociação de reposições entre sindicatos e a administração pública.
Os representantes do sindicato reforçaram que a paralisação foi parte de uma mobilização nacional, sendo responsabilidade da FASUBRA negociar, em âmbito federal, qualquer acordo de reposição com o Ministério da Gestão e Inovação (MGI). Ainda relembraram que, historicamente, a compensação de atividades na UFPR sempre foi feita com base nas tarefas represadas, e não por horas. Alertaram que qualquer tentativa de mudança nessa prática poderá gerar conflito, e que o sindicato está preparado para reagir.
Diante dos argumentos, a administração da UFPR se comprometeu a não orientar nenhuma chefia a exigir reposição das horas da paralisação do dia 28 até que haja um posicionamento claro nas negociações entre FASUBRA e MGI. Segundo a PROGEPE, qualquer nova orientação será precedida de comunicação oficial.
Imprensa universitária em risco
Outro ponto tratado, ainda que brevemente, foi a situação da Imprensa Universitária da UFPR. A presença da superintendente de logística, Denise Costa, permitiu levantar a preocupação trazida por diversos servidores do setor, que denunciaram o esvaziamento da unidade, com transferência forçada de TAEs e ameaça de terceirização.
O sindicato cobrou transparência e denunciou possíveis desvios de função. A superintendente se comprometeu a convocar uma reunião com todos os servidores da Imprensa Universitária, com a participação da administração e do Sinditest-PR, para discutir o futuro do setor e garantir que nenhuma medida resulte em prejuízo aos trabalhadores.
A direção do sindicato também deixou clara sua oposição frontal à terceirização dos serviços da Imprensa Universitária, considerando os riscos de precarização, perda de qualidade e possível favorecimento de interesses privados.
“Somos contra qualquer forma de terceirização. Esse serviço é histórico, qualificado e estratégico para a UFPR. Os TAEs da Imprensa sempre atenderam com excelência e merecem respeito”, afirmou Ivandenir Pereira, coordenador jurídico do sindicato.