Reformulação nas bancas de cotas raciais da UFPR foca em humanização e aparência negra

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As bancas de cotas raciais do vestibular 2017/2018 da UFPR mudaram, e, ao que parece, para melhor: o atendimento passou a ser individual, mais humanizado e teve como critério único o fenótipo, ou seja, a aparência física. Pelo menos, essas foram as orientações da Resolução nº 20/17 do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE).

A reformulação também foi considerada positiva por representantes da Comissão Específica de Validação (CEV-PP) e do Núcleo de Concursos (MC-UFPR), nas reuniões de avaliação que ocorreram no fim de novembro. As mudanças do processo de validação das autodeclarações foram implementadas após discussão com a sociedade.

O critério único do fenótipo tem o objetivo de garantir a representatividade racial associada à política afirmativa. Outra alteração positiva foi a realização das bancas de verificação antes da primeira fase do vestibular, e não mais depois da divulgação do resultado. Com isso, os candidatos que tivessem a autodeclaração negada continuam participando do processo seletivo em outros grupos de concorrência.

A ténica Ivanete Xavier, lotada no setor de Registro Acadêmico da Universidade, ligado à Coordenação de Políticas de Acesso e Permanência (Copap), lembra que a principal reivindicação da comunidade universitária era de que as políticas afirmativas da universidade fossem amparadas com mais garantias. “Poder contribuir no processo, como mulher negra e técnica administrativa, foi muito importante para mim”, disse ela, que participou das bancas de 2017, à comunicação da UFPR.

Humanização

A partir das alterações, o atendimento tende a ser mais humanizado. A atitude respeitosa para com todos os(as) candidatos(as) , mesmo com os(as) que seriam indeferidos(as), era uma das obrigações a serem seguidas pelos componentes das bancas, de acordo com o presidente da CEV-PP, Baptista Silva.

“Percebo que na UFPR existe uma preocupação muito grande com a depuração do processo, em torná-lo mais humanizado para os candidatos. Nos preocupávamos com todos os sujeitos, desde a acolhida”, declarou à comunicação da UFPR Izaque de Souza, professor universitário em Cascavel e membro do grupo Afro Vida.

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