Sindicato dos Técnico-Administrativos em Educação (TAEs) considera proposta do Governo “insuficiente” e exige Auxílio-Nutrição para aposentados e reajustes acima do dobro do valor atual para Auxílio Pré-Escolar, confrontando a postura do MGI.
A Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA-Sindical) protocolou junto ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) uma contraproposta detalhada ao plano de reajuste de benefícios do Executivo Federal. O sindicato classificou a oferta inicial do Governo, apresentada em 22 de outubro, como “insuficiente”, com base na deliberação de suas instâncias. O cerne da contraproposta é a equiparação imediata dos valores de benefícios com os patamares já praticados nos Poderes Judiciário e Legislativo. A FASUBRA argumenta que a manutenção da disparidade fere o princípio de isonomia e penaliza a categoria, especialmente diante da alta inflação nos setores essenciais. A contraproposta exige não apenas reajustes financeiros, mas também mudanças estruturais nos benefícios:
Auxílio-Alimentação vira Auxílio-Nutrição – A principal inovação apresentada pela FASUBRA é a exigência da transformação do auxílio-alimentação em Auxílio-Nutrição. Segundo o documento, esta “manobra” é essencial para que o benefício seja estendido a aposentados e pensionistas, um pleito histórico e incondicional da categoria.
Em relação aos valores, a Federação propõe elevar o benefício dos atuais R$ 1.000,00 para R$ 1.800,00. Este aumento de 80% seria implementado em duas parcelas iguais de R$ 400,00, a serem pagas em dezembro deste ano e em abril de 2026. A meta declarada é alinhar-se ao patamar de R$ 1.784,42, já recebido por servidores de outros Poderes.
Demanda por Saúde e Educação – No Auxílio Pré-Escolar, a discrepância é ainda maior. Para o sindicato, é inaceitável que o valor de R$ 484,90 pago pelo Executivo seja tão distante dos R$ 1.235,77 concedidos nos outros Poderes. A proposta é, portanto, elevar o benefício para R$ 979,80, quase o dobro do valor atual, também dividido em duas parcelas (dezembro e abril/2026), e definindo um prazo subsequente para a equiparação total. O Auxílio-Saúde também é alvo de reformulação. A FASUBRA propõe converter o atual ressarcimento da Saúde Suplementar em Auxílio-Saúde, oferecendo maior abrangência e flexibilidade. O reajuste mínimo pleiteado é de 30% sobre os valores vigentes, justificado pela necessidade de compensar a inflação média dos custos médico-hospitalares acumulada desde abril de 2024.
Diárias e o Custo do Trabalho – Por fim, a FASUBRA atacou a defasagem no valor das diárias de viagem (atualmente R$ 425,00), que cobre hospedagem, alimentação e transporte. O documento sindical afirma que o valor é “insuficiente” e força os servidores a “pagar para trabalhar”. A contraproposta pede um reajuste de, no mínimo, 30% sobre as diárias, com vigência a partir de abril de 2026, para corrigir a inflação acumulada no setor hoteleiro desde janeiro de 2024.
A Direção Nacional da FASUBRA encerrou o documento reiterando sua disposição para o diálogo, mas reforça a urgência em promover um avanço “efetivo nas negociações” para valorizar os técnico-administrativos da educação federal e corrigir as distorções históricas.