Reitoria da UTFPR tensiona reunião e não fecha acordo

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Após uma reunião em que prevaleceu o clima de agressividade e intransigência, a Reitoria da UTFPR ficou de deliberar com os diretores de câmpus e dar um retorno sobre a proposta de negociação do ponto da greve de 2016 apresentada pelo Sinditest. A reposição das horas não trabalhadas em função do movimento paredista por atividades de capacitação, campanhas solidárias, atividades sindicais e outros eventos institucionais foi defendida pelo Sindicato. O encontro foi realizado na manhã desta sexta-feira (2).

De início, a Reitoria sequer destinou lugares na mesa aos(as) representantes dos(as) técnicos(as) administrativos(as): no total eram 15 delegados(as) de base – Londrina, Medianeira, Dois Vizinhos, Curitiba, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Santa Helena, Ponta Grossa e Francisco Beltrão, além dos diretores(as) do Sinditest. Todos os assentos estavam ocupados pelos diretores de câmpus, numa clara tentativa de desestabilizar e mostrar quem tinha mais força.

Os(as) representantes dos(as) trabalhadores(as) exigiram ocupar um lado da mesa, e no início da discussão, o coordenador geral do Sinditest Carlos Pegurski pontuou que a conversa já começava de forma assimétrica. Em um polo, estavam os(as) trabalhadores(as), que podiam ter seu ponto cortado, e do outro, aqueles que tem a caneta na mão para fazer ou não o desconto do salário.

A reunião teve a presença do coordenador geral da FASUBRA Rogério Marzola, que trouxe informes sobre a negociação do ponto em sua instituição, a Universidade de Brasília (UnB), e lembrou que o Acórdão do Supremo Tribunal Federal (STF) que orienta o desconto do ponto dos(as) servidores(as) em greve – salvo em casos como acordo com a patronal – até hoje não foi publicado.

Marzola ainda pontuou que a greve foi realizada não por motivos salariais, mas em defesa da Universidade, contra as duas décadas de ajuste fiscal impostos pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55.

O reitor Luiz Alberto Pilatti e seus assessores, além de não mostrarem disposição para o diálogo e a negociação, fizeram suas interferências em tom irônico, tentando deslegitimar e desmoralizar a categoria dos(as) técnicos(as) e seus(uas) representantes. Um diretor de câmpus tentou ainda pressionar para que o Sinditest cedesse e aceitasse a proposta de reposição de 16 horas de trabalho, dando a entender que os(as) trabalhadores(as) estava fazendo muito barulho por apenas dois dias de trabalho.

Presente à reunião, a diretora do Sindicato Claudia Nardin, do câmpus de Dois Vizinhos, disse que se sentia ofendida pela proposta das 16 horas. “Enquanto servidora da UTFPR que fez greve em defesa desta instituição, cujo Conselho Universitário inclusive aprovou moção contrária à PEC 55, eu me sinto punida por este acordo. Nós técnicos estivemos em greve contra esta PEC. Os diretores que estão aqui sabem que não há trabalho represado”, argumentou.

Acordo de Greve

Uma das principais demandas dos trabalhadores(as) continua pendente. Não houve avanço na negociação da reposição dos dias paralisados em razão dos movimentos de greve ocorridos no período de 24 de outubro a 14 de dezembro de 2016. A assinatura do Termo de Acordo proposto pelo Sinditest foi negada pela Reitoria.

A gestão justifica a negativa afirmando que somente após a realização de reuniões internas com os diretores e diretoras de campus será possível dar uma resposta para a categoria, que acompanha atentamente o posicionamento de cada dirigente da patronal.

“Nossa proposta de acordo engloba a realização de assembleia em todos os campi e em nenhum momento contraria o entendimento da Procuradoria da UTFPR. Mesmo assim, a Reitoria se negou a assinar o acordo na mesa. Continuamos na luta”, afirma Carlos Pegurski, um dos coordenadores gerais do Sindicato.

Clique aqui e leia o documento na íntegra.

Para assistir o relato do coordenador geral da FASUBRA Rogério Marzola, sobre a reunião da manhã de hoje (2) com a Reitoria da UTFPR, de negociação do ponto da greve de 2016, clique aqui.

Luisa Nucada,
Assessoria de Comunicação e Imprensa do Sinditest-PR.

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